Não mais contida entre os dedos
ou tardes febris de julho
não mais pensá-la toda tesa e aberta
entre as folhas das bananeiras sorrindo.
são três horas da tarde
em alguma beira de estrada
que teus olhos circundam Meus olhos sonham
tuas pernas se abrindo como as manhãs em alguma cama
macia que suporta o amor Não mais dexedrine ou estações
feláveis Não mais “Asleep At The Trigger”
ou “Stella By Starlight”
em porres solitários de fundamento onírico
e seria o amor uma divindade ágrafa,
reposta a meu peito onde há muito nada vive?
e teus lábios templos onde minha alma pousa
gemendo pequenas perversões contidas?
sou feito da mesma matéria que é fabricada a poesia
de imensidões e devastações que o mundo se priva,
de cores ausentes e canções que ornamentam motéis
com a morte oscilando infernos sob meu peito
...e tua voz ainda ressona suave entre o clangor das locomotivas
cocainômanas que desdenham meu coração...